quinta-feira, junho 29, 2006

Viajar

A estrada está cheia de gente
enche-se de chapa aos magotes
movendo estranhas formas
para os lugares mais remotos.

Eu quis gritar para que todos saissem da frente
mas não fui capaz.
Quis gritar para que todos se movessem e eu pudesse abrir caminho
mas não fui capaz.
Quis abrir caminho para tua casa onde me deixassem só ficar
mas não fui capaz.
Quis dar-te só um pouco mas nem disso sou eu capaz.

A estrada está cheia de gente
enche-se de chapa aos magotes
e espero pela hora em que esta apreensão passe
e o espaço se abra e eu sorria.

Simples rotina

Sempre detestei as rotinas
faziam-me comichões estranhas
e agora prendem-me a elas.

Faço de mim próprio uma rotina que muda constantemente,
então distorça-se o conceito
rotina?

Prende-se na minha retina esse ciclo
quero mais!
Mas não, não é rotina
Pois quantos de mim irão para lá?

Hoje irei outra vez e amanhã também
Onde não sei mas vou sempre
sempre.

quarta-feira, junho 28, 2006

Novas distancias

É simples, recorrer a alguma coisa que nos deixe ir
pegar no simples tirar um pouco para complicar
e recorrer a alguma coisa que nos deixe ir.

Eu vou, absorto do espaço que me rodeia
escrevo para que se me apague um pouco da ânsia
desligo-me de tudo porque de nada me consigo desligar
faço-me recurso fácil para que te possa conquistar
mas do que me falarão mais?
o que me dirão mais que eu possa sentir?
Nada faz sentido agora sem este bocadinho de mim
nada se faz rota se eu de me rimar
faço alguém que me passa.
A verdade, essa, repousa serena no espaço
e é sem dúvida no querer do teu abraço
que me deixo aqui.

Morreram e renasceram.

Deixa-me dar-me.

terça-feira, junho 27, 2006

Obsessao

Vou e venho quantas vezes tu quiseres.

Estilhaços da memoria

Presenteia-me com um espaço de necessidade
resolvo este aperto com distrações absurdas
quero que me pegues pelos colarinhos
e me distraias até não poderes mais
vou-me calar até te ouvir gritar
quero que desfaças os espaços
e te lembres só dos abraços
agora o que foi?
deixou-me.

Agora?
agora deixo-me ao insulto
porque é simples o absurdo
não ser normal é a normalidade
porquê?
deixo-te as conclusões.