sexta-feira, setembro 23, 2011

Não de aceitação.

Ficar só tem a ciência de toda a parte que me implica.
Sei bem que mundividência vai e mundividência vem
e tudo que vemos no fundo dos copos pode ser vão
de tanto que se é irmão.
Não me deixo assim nem vens agora tu, para o pé de mim
são só pequenos traços, que se relegam à vida
perdida no instante de si.
Relato tudo que me viu e não quero que ninguém se pise
mas não conheço uma forma estéril
que se leve ao colo de ti
e se faça maior do que sou em mim.
No fundo não há quem queira
quem se peça e se deseje
mas no fim o sozinho que estou é pintado de mim
porque tu não vais ficar
para ver.

O que eu já sabia.

Não era o que eu já sabia
era o que ia descobrir
e nunca é o que já eu queria
era o que ia querer
porque brincar de trás para a frente
a fazer passos por diante
é mais um passo a acabar
por morrer.

O que eu queria já sabia que não ia querer.

Ao que retomo por de mim dar
não dou de todo
atirado ao mar, de ar
e podia desfazer-me
por entre lagos de pranto
mas no sempre que desligo
fica a parte do instante.

O que eu quero dizer nunca digo
mas está lá.

quinta-feira, setembro 22, 2011

Vintenas.

Há, porque há, necessidade
Desfaz-se sempre em saudade
mas há, porque a há.

Não te quero num retiro
num significado,
num abrigo
mas há, porque a há
vontade.

Não é por seres mais do é teu
o que me lembro
deixa lá,
é mais meu
mas há, porque é assim
a verdade.

sábado, setembro 03, 2011

Estou gasto.

Não há um dia que não me gaste
a experiência que se alastre
para outras partes do que é de mim.
Rio-me dos cães na rua
julgo em parte que sou da tua
e o que vem para se virar
são outras doenças alastrar.
Não há um passo que se dê bem dado
cavaleiros simples, cavalo alado
príncipes demais para soldas a menos
aço que se deixa no sentido a que pertenço.
Há fumo em tudo que vejo
sinais de fumo nos pertences alheios
há que rolar à medida que vens
o que me pertence a mim
é só o que tens.
Palavras fossem as que me dão
sentidos fossem os que não são
cansaço desse mais do que é
e me tira-se esta certeza
enquanto estou de pé.
Por meios e meios que me venho
deitado, carente, pois que me tenho
certeza inútil no que se é
menos do que tudo
por ter sido se dá.
Estou gasto, do que gasto sou.