segunda-feira, abril 27, 2009

As voltas.

Não consigo cansar-me de pensar nas voltas,
que se dá no carrinho de mão,
que se fazem de pão em coração,
as voltas de acordar e deitar e trabalhar
e acordar e trabalhar e sorrir e chorar
e tornar a amar para depois gritar e berrar
sem parar.
Não consigo parar de pensar nas voltas.

Os desejos, as considerações,
querer outras horas,
desejar outros corações.
Não consigo parar de pensar nas voltas.

Vêm eles todos, hoje,
elas todas hoje,
dormir aqui, comigo.

Não param as voltas,
os dias das revoltas,
os anos e as pontas soltas
que um dia hei-de atar.

Não consigo parar de pensar nas voltas.

quarta-feira, abril 15, 2009

Ultra medicinal.

Não. É que foda-se, não.
As conversas não são conversas se não começam.
Não. Um dia de retiro momentâneo na esperança da estrada que define o leito de um desespero matinal e deixar ao desejo que se quer lembrar de mim a lembrança do retorno da liberdade assim.
Não hei-de parar o discurso porque nada me resta senão falar, falar do que hoje penso e do que ontem se cansou de esperar. Não me partas a cabeça, não me abras o peito, se me fizeste passos e coisas de espaço não me deixaste nada e nada do que vejo é puro, nada do que vejo é meu, nada do que sinto foi, nada do que quero é seu, do seu, dele próprio.

Vou-me embrulhar em celofane, partir para o país do mundo, deixar esta vida podre e esperar que o resto não seja imundo.