domingo, fevereiro 21, 2010

Perigo de queda.

Não se entende qual a necessidade de placas de aviso.
Não se entende porque fomos nós dotados da capacidade
de perceber o que é certo ou errado,
relativizando a vontade e a emoção que nos rege.

Não se entende porque nos colamos e pisamos em vontades iguais.
Queremos coisas iguais e se nos cansamos de procurar
tentamos tirar as coisas dos outros,
não que sejamos incapazes mas sim por sermos
simplesmente preguiçosos.

Não se compreende de que forma nos ligamos e deixamos ir
para sítios, que nos fazem sorrir mais e ser mais felizes.
A verdade é que só queremos sentir-nos bem,
e isso é o que faz com que todos os meios justifiquem os fins.

Não temos que ser todos iguais
não o somos, na nossa génese.
Mudar é aceitar o que somos e conseguir lidar com isso.

O perigo continua a existir.
Os sinais requerem atenção.

sexta-feira, fevereiro 12, 2010

Se na estrada ele encontrasse alguém.

Queria ser bêbado, perdido por acender um cigarro, às 3 da manhã.
Ninguém na rua, nenhum destino, apenas bêbado, a tentar que o cigarro queimasse.
Passar por debaixo dos candeeiros e só por sorte não cair,
desiquilibrado por não conseguir sequer pensar que tenho que me desviar.
Um frio que podia cortar a pele, mas que o alcóol reclama como sendo dele.

Queria ser eu, bêbado, sem nenhuma coisa em que conseguisse pensar
talvez assim fosse mais fácil, desfalecer e dormir,
descansado.

A estrada tem estado tão gelada, tão vazia.
Andar sozinho, ver as matilhas que procuram comida,
os carros que não têm destino.
Onde estão todos?
Todos dormem?
Todos descansam a mente de pensar sem parar?
Que coisa é esta de o mundo parar?
Algum dia parou?
Não continuamos todos?

Queria só viajar, nem que fosse a dormir
Queria só parar por um momento, nem que fosse por cair.

quarta-feira, fevereiro 10, 2010

Correr e correr e correr e correr.

Não me lembro, não me lembro
a verdade é que não me lembro.
Não sei em que altura foi,
quem me fez de maneira a não me lembrar.
O entrudo diz que vem, e eu não me lembro quem tenha
o espaço reservado para o outro que chega.
Não me lembro, não me lembro,
a verdade é que nem sequer me lembro
quais as coisas que me deixaram
as verdades que me encantaram
a desejar o que esperava de mim.

Viajei noutra certeza,
desfiz-me em partes de beleza
e não me lembro não me lembro,
a verdade é que não me lembro
de me esquecer.