segunda-feira, novembro 27, 2006

Agora eu.

Agora eu, vês? Agora eu.
Depois eu, vês? Depois eu.
E agora eu, vês? Agora eu.

Vi um livro, sim, vi, não o li,
tinha duas páginas em que só se lia:
"quero morrer".
Achei bom.
Fez-me lembrar o ser humano e aquilo que ele pensa.
Quem quero eu enganar?
Fez-me lembrar nada!
Fez-me preguntar a mim mesmo,
"porque quererá ele morrer, vou ter que ler o livro para saber"

Gosto da sobriedade das pessoas
dos conselhos e das coisas que julgam saber
mais do que o que sabem realmente e
não sabem nada
gosto de tudo de tudo e não gosto de nada
penso em tudo tudo e não penso em nada
e estou a voltar a esta especulação absurda
porque cansa muito ser tudo para depois não ser nada
cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa cansa.

sexta-feira, novembro 17, 2006

Ja foi do principio, quando sera do fim?

É engraçada a forma como lidamos com tudo,
mais engraçada ainda a forma como todos lidam com cada coisa.
Entenda-se: lidamos com coisas, todos com cada coisa.
Baralhe-lhe: já chega.
É um saturação inocente a dos ataques de qualquer coisa,
não saber onde ir mas ir na mesma
e parar a toda a hora.
Bom, divergências das contradições ou dos paradoxos,
facto adquiridos.
Falas que dizem para nos ignorarem e nos amarem,
para nos detestarem, para nos amarem
e quanto queremos afinal?
Quanto vamos dar nós?
Somos todos ricos
temos todos dores
daremos o que tivermos mais
daremos o que mais precisarem?

Estou absorto.
Só queria respirar melhor.
Expirar este queixume.

quinta-feira, novembro 16, 2006

Destroços.

Ando por um longo vale à procura das minhas partes.
Trago uma mochila e já está do triplo do meu tamanho.
Não aguento mais o peso dela.
Vou deixar algumas coisas por cá.
Afinal não moro neste vale e posso cá voltar sempre que quiser.
Gostava que estancassem os acessos, como se faz com as estradas,
ficam soterradas, não podemos circular mais lá
ou então ficam só aqueles pequenos troços
tal qual alguns destroços.

Dizem que uma grande parte do crescimento de um ser humano
é saber sofrer, e por aquilo deixo este tema.

Admiram-me todos os que encontram as mais incriveis referências em tudo
eu vejo-me fodido por encontrar a minha própria referência,
será que não me passaram na máquina para fazer o meu registo de saída?

Estou tão cansado hoje,
preciso tanto de dormir.

Não importa
"a vida segue lá fora".

Longos dias se confundem.

Ele disse-me que queria que eu fosse um homem exemplar.
Pensei durante horas e horas.
Primeiro terei que ser homem depois exemplar,
melhor, terei que ser capaz de conjugar as duas coisas
de modo a que os conceitos não se confundam.
Ok, apartir daqui podemos construir qualquer coisa.
Homens de conceitos, conceitos dos homens.

"Olá, eu chamo-me Ivo, estudo filosofia e sou ocupa."

Conceitos, preconceitos, entrem todos agora.

A noção de estado de amor.
Vamos mistura-las, fazemos qualquer coisa que há-de resultar.
Não gosto não faço.

Noção de existência - hoje é quinta-feira, dia 16 de Novembro do ano de 2006 porque já passa das 23h59, do dia 15 de Novembro de 2006.

Noção de existência número dois - Sinto-me mal, dói-me a cabeça, estou cansado.

Noção de existência número três - Já não suporto estar aqui, detesto toda a gente.

Mais uma vez estanque-se tudo. Seguimos por aqui, criamos por aqui, rimos por aqui e sorrimos por ali.

Poderia invocar trinta citações.

Não quero.

Alguma paz talvez?

quinta-feira, novembro 09, 2006

Diga-se.

Diga-se que não se diz nada e que se faz por aqui o que nunca se fez por lá.
Diga-se que não são escassas as lembranças de tudo que foi bom.
Diga-se que as pessoas são boas e que gostam de nós mesmo quando não somos nada.
Diga-se que há mais do que o que vimos e menos do que queremos.

Venha-se agora aqui e diga-me tudo que quero ouvir.

Desliga os passos que se fazem.

Não fui, não gosto.

Sempre gostei de tudo, diga-se isso, sempre gostei de tudo.

Mas agora? Agora?
Agora parece tudo bem mais fácil e bem mais difícil,
desmedido em dualidades que se dividem em trialidades
que por sua vez se subdividem em quadrialidades
e por aí fora.
Personalidade múltipla? Quem são os verdadeiros doentes?

Diga-se por aí que o mundo está mais saudável que nunca e sim,
diga-se que sempre foi doente!