domingo, setembro 21, 2008

Reentrâncias.

Não há maneira de tirar aquelas pequenas coisas que odiamos em nós.
Não há maneira alguma de conseguirmos corrigir o que fazemos todos os dias,
religiosamente.
As rotinas sabem-se bem dentro da boca e das palmas das mãos,
simples, deixadas a correr como simples restos de pele
que se acumula por cima dos móveis.
Não vejas as coisas absurdas que há na repetição,
por favor não me vejas agora, neste sufoco
porque a vontade diz-se maior de se querer
é perferir isto de se dizer por de cima de coisas estranhas
e não me faço novo
faço-me novamente a uma melhoria imediata.

Liga-me os in's e os out's.

terça-feira, setembro 09, 2008

Por nada se escreve a vida.

Talvez a brincadeira incauta de se querer dizer tudo o que se faz
seja um passatempo, mero hobbie que desfaz os retalhos das recordações boas.
Odiar um caso de desespero restrito ao corpo é um ligeiro ataque de pânico
na conformidade da beleza escura.

Não te olhes à luz por entre as escamas de um animal raro.
Canta o declínio da vida,
esta vê-se, nas entranhas do podre poder.
A desilusão mascarou-se e saíu à rua.
Não pôs vírgulas e trocou a exclamação.
Morreu!
Deixa lá.

Talvez a verdade seja sempre mais reconfortante,
por ser verdade, não realidade.
Como se faz para voltar ao que não se teve?
Como se faz para andar sozinho na neve?
De par em par desfazem-se as multidões,
odeiam-se os corações.

Estou a aprender a fazer amor.

domingo, setembro 07, 2008

Se há? Claro.

Vou à merda, volto já.

Bom, começa sempre numa altura qualquer
faz-se inútil utilidade porque nos preenche
dá-se à vontade de querer ter.

Não é assim tão relutante o ser e o querer.

Eles às vezes dizem coisas que não entendemos,
outras vezes fazem coisas que ainda menos entendemos,
mas de que nos adianta? Se não somos eles que adianta entendermos?
Só nos passa a interessar mesmo quando interajem connosco.
Mas onde vamos nós nesta estrada pequena trilhada por outra pessoa?

Ele deixou-se sujar todo, fumou cigarros com ar de quem queria morrer,
desesperado recorreu à mulher, vezes sem conta, para lhe perguntar alguma coisa que só eles sabem.
O cheiro era insuportável,
ninguém conseguia lá estar
mas no fim, mesmo antes de vir embora, olhei
Estavam os dois, lado a lado.

O que faz uma vida ser a certeza da vida em si?

terça-feira, setembro 02, 2008

Se gira refaz-se.

Uma outra vez soube que querer o que não se tem
não é muito mais que ter o que não se quer.
Não me julgues ou cobres a vida que não quiseste
porque ser, sim, ser, é bem mais do que o que se vê na televisão.

Os dias de outros preenchem-nos agora os pensamentos inúteis.
revemos vezes sem conta, nas nossas cabeças
a maravilha de podermos passear numa qualquer festa
envergando um troféu simples e bem adornado
(pega o dedo).

Estou ferido de piadas fáceis e frases feitas.
Dói-me uma coisa qualquer que não sei,
é como se a minha revolta se estendesse a uma parte obscura do meu ser.
Tudo se levanta consequentemente.
Há uma qualquer dor que se deita junto a mim para que a possa afagar.
Não mais me digas coisa nenhuma como se fossem coisas muitas,
não mais se fará a vida do retiro espiritual
porque agora é mais que normal.

Podem-se contar coisas no céu, no ar,
mas não se conta a vontade de gostar.