sábado, novembro 24, 2007

Traça-me a pele que é melhor.

Nunca me senti menos conversante do que agora.
Está mais que uma pessoa num local, ambas falam mas nenhuma conversa.
Diálogos inexistentes, coisas transparentes,
sei que ambos vêm mas nenhum é capaz de parar para pensar.
Senhores detentores da razão, de espaços e juras de ocasião,
demasiado orgulhosos no requerer de ser melhor!
Retomamos a conversa,
cortada num sítio que não se sabe,
as atitudes são da responsabilidade de quem as faz e
motivadas por um só,
assim se vê,
assim se vê quem vai a algum lado fazer alguma coisa,
todos vamos!!

É desejar o que sempre se teve e percebe-se que não se tem agora.
Mas é, mesmo quando julgas que és tudo que estavam À espera de ti é quando menos to vêm.

Sinto-me com 14 anos metido numa qualquer brincadeira parva de adultos,
perdido sem perceber o que está acontecer,
no meio de sentimentos confusos que a minha pequena índole ainda não consegue assimilar,
sou isto, sou o bocado de matéria estúpida que vagueia por entre as paredes da cidade,
e não se entende como vou e onde vou.
Elas, as pessoas, desfazem-se em pó e escapam-se por entre os dedos.

quinta-feira, novembro 15, 2007

Nunca é demais.

Ela diz que não se faz,
eu digo que não quero.
Querer é uma rasteira das piores,
dizer que se quer pode passar a perna a qualquer um.
Eu não vou mais à festa,
não vou mais ao dia à dia de não querer,
porque saber é apenas e só querer mais um pouco do que se tem.
A vida é desprovida daquelas coisas todas,
da infantilidade de uma monotonia aborrecida,
e eu não sou, nem vou, nem quero,
só estou para ficar a ver.
Mas desta vez participo,
nas entranhas do pronfundo me procuro indentifico.
Não há textos para ler,
só letras para conjugar,
não te prezo mais agora,
sou estranho de coisas de outrora.
Está desprovido do que se quer esta absurda situação,
mas que sinto ai que sinto,
salto À vára mas sem varão.

quarta-feira, novembro 07, 2007

Sempre de novo e outra vez.

A estrada faz com que sintamos o peso das pernas.
Recorremos a tudo quando o medo invade a presença do próprio querer.
Nunca mais hei-de ser o que um dia quis.

Chavões, palavras e cifrões.
Vida.
Alguns sabem bem do que falam outros nem por isso.
Quanto vale a sinceridade de uma lágrima?
E quanto o vale o que se quer outra vez sem querer?
De rasgo em rasgo se fazem as vontades,
e não há maneira de negar,
não há maneira de negar que o que se faz é por se querer.

Não tenho mais forma de te dizer como errei,
nem sequer a mim próprio.
Quero declamar a vida,
que se foda a poesia,
vou declamar a vida partida aos bocados
de lembranças quebradas e desejadas.
Sou só mais um que diz coisas e coisas.
Tu não.

Estou a perder a vontade de ter esperança
quando me farás tu céptico?
Quero alegros e pianos
tu não sabes como o quero.
Nem eu.

Parte-se a vida, parte-se o dia, parte-se a noite
partes tu tudo em estilhaços.

terça-feira, novembro 06, 2007

Nada, não é nada.

E enquanto se desfaziam pessoas em pequenos recepientes eu repetia:
Nada, não é nada.
E mesmo quando essas pessoas ainda falavam de pequenos pedaços de vida que ganharam e desperdiçaram eu dizia:
Nada, não é nada.
Há muitas maneiras de nos destroçarmos,
de desfazermos outras coisas em coisas nenhumas quando queremos só mostrar o nosso afecto.
Vivemos confundidos de ilusões macabras impostas por um desenvolvimento psicosocial
que eu, honestamente, não entendo.
Pensamos que somos nós, correctos e atentos e não vemos coisa nenhuma,
nem sequer quando está em frente ao nosso nariz.
Despejamos canções e palavras de amor e amizade,
de desejos escondidos e latentes,
tentamos tudo e mais alguma coisa
e tudo se resume ao "Mateuszinho",
o homem que gostou da mulher que toda a gente achava horrivel
e que hoje passa horas a fio a conversar com ela de mil e uma coisas.

Somos ricos sabes? Somos muito ricos.
Temos música que nos enche os ouvidos,
sorrisos em todo o lado,
podemos abraçar toda a gente
e reconhecemo-nos como mais que simples coisas.
Somos muito ricos mesmo que nunca tenhamos poiso certo
Somos muito ricos...

sexta-feira, novembro 02, 2007

Refúgios Instantaneos.

Os buracos também servem para se usar.
Não começa da melhor maneira mas os buracos servem para se usar,
para nos metermos dentro deles e nos escondermos durante tempo indeterminado.
Hoje não sou capaz,
se não sou capaz não sou capaz, não há mais conversa.
Hoje amanhã e depois tiro férias de tudo,
e se me apetecer tiro nos outros dias todos também.
Não posso.
Bom, mas posso viver na minha pequena redoma sem que ninguém me toque.
Também não posso,
mas não importa, há-de haver um momento qualquer em que eu não queira tocar em ninguém,
aí há-de ser tudo melhor,
descansado no meu canto sem que ninguém me possa perturbar, liberdade absoluta!
Até que me apetece a mim tocar em alguém.
Ok, esta não é a melhor solução,
admite, admite que não é - não é!
Sei que viro as costas vezes demais
e que me perco em simulações vezes demais
e que temo tudo vezes de mais
e que quero tudo vezes demais
e é tudo demais e eu não aguento mais.
São passos que se dão, desvios que se fazem,
vá, sê corajoso o suficiente para te aguentares no teu caminho,
mesmo se te distraem a tempo inteiro,
se te gozam e te espezinham
ou se és tu que fazes isso tudo a ti próprio,
ganha corajem!
Cresce porra!

- Não brinco aos adultos já disse.

Querem-te bater, fazer de ti parvo, dizerem-te o que hás-de ou não fazer.
Queres ser melhor, mais capaz e eles querem sempre que tu sejas apenas um normalzinho.
É isso, há uma nova raça, os normaizinhos, querem todos ser diferentes e cool
e são normaizinhos.
Eu sou uma pessoa normal, todos os outros são loucos da cabeça.
Eu sou uma pessoa normal, normal repito!

Deixa-me tu a mim, tu que és eu, para que eu me possa deixar deixado.