segunda-feira, dezembro 31, 2007

Deixa.

As noites já não são as noites que eram antes,
os dias já nem os vejo, há alturas que nem sei se existem,
não estou desolado, não estou triste,
também não estou contente e radiante,
não sei como dizer a alguém coisas que se façam e se moldem a elas próprias,
porque há um hábito que nos diz dizer sim.

Sabias que as pessoas que perdoam têm maior sanidade mental?

Ler coisas são só mais coisas que nos perfuram cada cavidade do nosso pensamento,
eu não sou eu não mais porque tu já não existes na minha concepção,
não hei-de ser mais complicado e é já para o ano que trabalho.

31 de Janeiro é uma rua no Porto e o aniversário de amigos.

Tossi a noite toda, fui espelho da minha triste relutância,
cansei-me das enormidades absurdas do fácil falar,
eu não faço nada, é ele que me faz a mim,
porque eu sou dois que se multiplicam pela soma sucessiva de mais um
num infinito e inabalável acto de compaixão.

Feliz.

terça-feira, dezembro 25, 2007

As maravilhas do desejo.

É um dia qualquer hoje, pode ser um dia qualquer.
Estar cheio de alguma coisa por comer uma montanha de outras.
Ai, a desgraça das dietas do simples desgrace consumista,
não tenho ideias para dar,
os presentes foram nem sequer isso.
Não adianta porque hoje nã0o consigo estar triste,
desligado de tudo,
não adianta o ter que trabalhar sem parar ou o medo de não ter que fazer,
já não adianta nada. Se houver alguma coisa do outro lado é aqui que fomos felizes.

quinta-feira, dezembro 06, 2007

Vêem-se os destroços por todo o lado.


Sou demasiado ilustrativo, fugitivo,
reconforto-me nas estranhas coisas que fazem toda a gente infeliz.
Ela não me tocou mais como se amasse,
deixou-me aos berros e insultos de longas horas de classe.
Nunca compreendi que ninguém fizesse algo por sentir,
há demasiadas dúvidas no meio próprio,
e fingi no ardor da dor do medo,
não quis que fosse só o ardor do medo.
Ninguém me leu, ninguém me quis,
só eu o soube,
porque o uso é destrutivo,
e não ao uso
e não à vida de se querer ser um abuso.

Não a consegui ver,
por entre o nevoeiro denso não a consegui ver.
Há destroços por todo o lado e até os aparelhos sofrem,
não há dor igual a esta,
à que não se sabe que se sente,
ao trabalho que se multiplica e ao corpo que fica doente,
não a dor como esta a descer a rua de alcatrão,
ela vem ela vem,
mas ter comigo não.

terça-feira, dezembro 04, 2007

Sempre repetido.

Diz-me a gorda verdade de ser eu,
a infame liberdade de ter outro teu.
Não se vai fazer mais criadagem nenhuma
não há espaço para mais alguma relutância
e a infância?
de que vive a liberdade de ter um buraco só meu?
um desejo só meu?
um dejecto só meu?
de que vive a elevação suprema de um regador,
espaçado pelos furos que acolhem a solidão?
de onde vem esta esperança de irmão?

Somente um,
é um e não mais
quando se junta a ilusão do mestre
que se desfaz nos seus poucos ais.

domingo, dezembro 02, 2007

Lixo subterrâneo.

A epiderme vive de ser só uma fronteira,
talvez seja a epiderme ou talvez seja a designação que lhe damos,
fronteira.
A fronteira divide dois espaços distintos,
mas às vezes os espaços são apenas repetições mais ou menos insufladas.
Os dentes do povo sequioso e desejoso por mais posse,
estão a partir,
vêem-se milhares de outros serem desdentados e sem saber o que fazer quando confrontavas com a entrevista televisiva.
O submundo está cada vez mais forte,
mas são as vontades de beleza que se sobrepõem num retrato judicial.

sábado, novembro 24, 2007

Traça-me a pele que é melhor.

Nunca me senti menos conversante do que agora.
Está mais que uma pessoa num local, ambas falam mas nenhuma conversa.
Diálogos inexistentes, coisas transparentes,
sei que ambos vêm mas nenhum é capaz de parar para pensar.
Senhores detentores da razão, de espaços e juras de ocasião,
demasiado orgulhosos no requerer de ser melhor!
Retomamos a conversa,
cortada num sítio que não se sabe,
as atitudes são da responsabilidade de quem as faz e
motivadas por um só,
assim se vê,
assim se vê quem vai a algum lado fazer alguma coisa,
todos vamos!!

É desejar o que sempre se teve e percebe-se que não se tem agora.
Mas é, mesmo quando julgas que és tudo que estavam À espera de ti é quando menos to vêm.

Sinto-me com 14 anos metido numa qualquer brincadeira parva de adultos,
perdido sem perceber o que está acontecer,
no meio de sentimentos confusos que a minha pequena índole ainda não consegue assimilar,
sou isto, sou o bocado de matéria estúpida que vagueia por entre as paredes da cidade,
e não se entende como vou e onde vou.
Elas, as pessoas, desfazem-se em pó e escapam-se por entre os dedos.

quinta-feira, novembro 15, 2007

Nunca é demais.

Ela diz que não se faz,
eu digo que não quero.
Querer é uma rasteira das piores,
dizer que se quer pode passar a perna a qualquer um.
Eu não vou mais à festa,
não vou mais ao dia à dia de não querer,
porque saber é apenas e só querer mais um pouco do que se tem.
A vida é desprovida daquelas coisas todas,
da infantilidade de uma monotonia aborrecida,
e eu não sou, nem vou, nem quero,
só estou para ficar a ver.
Mas desta vez participo,
nas entranhas do pronfundo me procuro indentifico.
Não há textos para ler,
só letras para conjugar,
não te prezo mais agora,
sou estranho de coisas de outrora.
Está desprovido do que se quer esta absurda situação,
mas que sinto ai que sinto,
salto À vára mas sem varão.

quarta-feira, novembro 07, 2007

Sempre de novo e outra vez.

A estrada faz com que sintamos o peso das pernas.
Recorremos a tudo quando o medo invade a presença do próprio querer.
Nunca mais hei-de ser o que um dia quis.

Chavões, palavras e cifrões.
Vida.
Alguns sabem bem do que falam outros nem por isso.
Quanto vale a sinceridade de uma lágrima?
E quanto o vale o que se quer outra vez sem querer?
De rasgo em rasgo se fazem as vontades,
e não há maneira de negar,
não há maneira de negar que o que se faz é por se querer.

Não tenho mais forma de te dizer como errei,
nem sequer a mim próprio.
Quero declamar a vida,
que se foda a poesia,
vou declamar a vida partida aos bocados
de lembranças quebradas e desejadas.
Sou só mais um que diz coisas e coisas.
Tu não.

Estou a perder a vontade de ter esperança
quando me farás tu céptico?
Quero alegros e pianos
tu não sabes como o quero.
Nem eu.

Parte-se a vida, parte-se o dia, parte-se a noite
partes tu tudo em estilhaços.

terça-feira, novembro 06, 2007

Nada, não é nada.

E enquanto se desfaziam pessoas em pequenos recepientes eu repetia:
Nada, não é nada.
E mesmo quando essas pessoas ainda falavam de pequenos pedaços de vida que ganharam e desperdiçaram eu dizia:
Nada, não é nada.
Há muitas maneiras de nos destroçarmos,
de desfazermos outras coisas em coisas nenhumas quando queremos só mostrar o nosso afecto.
Vivemos confundidos de ilusões macabras impostas por um desenvolvimento psicosocial
que eu, honestamente, não entendo.
Pensamos que somos nós, correctos e atentos e não vemos coisa nenhuma,
nem sequer quando está em frente ao nosso nariz.
Despejamos canções e palavras de amor e amizade,
de desejos escondidos e latentes,
tentamos tudo e mais alguma coisa
e tudo se resume ao "Mateuszinho",
o homem que gostou da mulher que toda a gente achava horrivel
e que hoje passa horas a fio a conversar com ela de mil e uma coisas.

Somos ricos sabes? Somos muito ricos.
Temos música que nos enche os ouvidos,
sorrisos em todo o lado,
podemos abraçar toda a gente
e reconhecemo-nos como mais que simples coisas.
Somos muito ricos mesmo que nunca tenhamos poiso certo
Somos muito ricos...

sexta-feira, novembro 02, 2007

Refúgios Instantaneos.

Os buracos também servem para se usar.
Não começa da melhor maneira mas os buracos servem para se usar,
para nos metermos dentro deles e nos escondermos durante tempo indeterminado.
Hoje não sou capaz,
se não sou capaz não sou capaz, não há mais conversa.
Hoje amanhã e depois tiro férias de tudo,
e se me apetecer tiro nos outros dias todos também.
Não posso.
Bom, mas posso viver na minha pequena redoma sem que ninguém me toque.
Também não posso,
mas não importa, há-de haver um momento qualquer em que eu não queira tocar em ninguém,
aí há-de ser tudo melhor,
descansado no meu canto sem que ninguém me possa perturbar, liberdade absoluta!
Até que me apetece a mim tocar em alguém.
Ok, esta não é a melhor solução,
admite, admite que não é - não é!
Sei que viro as costas vezes demais
e que me perco em simulações vezes demais
e que temo tudo vezes de mais
e que quero tudo vezes demais
e é tudo demais e eu não aguento mais.
São passos que se dão, desvios que se fazem,
vá, sê corajoso o suficiente para te aguentares no teu caminho,
mesmo se te distraem a tempo inteiro,
se te gozam e te espezinham
ou se és tu que fazes isso tudo a ti próprio,
ganha corajem!
Cresce porra!

- Não brinco aos adultos já disse.

Querem-te bater, fazer de ti parvo, dizerem-te o que hás-de ou não fazer.
Queres ser melhor, mais capaz e eles querem sempre que tu sejas apenas um normalzinho.
É isso, há uma nova raça, os normaizinhos, querem todos ser diferentes e cool
e são normaizinhos.
Eu sou uma pessoa normal, todos os outros são loucos da cabeça.
Eu sou uma pessoa normal, normal repito!

Deixa-me tu a mim, tu que és eu, para que eu me possa deixar deixado.

terça-feira, outubro 30, 2007

Comemoração.

Não sabes nada do que eu sou,
não sabes nada do que eu dou.
Se é para falarmos falamos,
se não é não falamos.
Nunca foi especialmente fácil estara focar só um assunto
sem perder o ar para poder continuar a falar.

Estas rimas de ar são fáceis, só exigem respiração
e compreensão.

O retorno da festa vem no retorno da obscuridade
só no sentido do vão se encontra o querer desta insanidade.
Ai mas quanto mais me poderão dar para sentir felicidade desmesurada e sem sentido?
NÃO INTERESSA NADA QUE A PORRA DO AMANHÃ ME MERGULHE OUTRA VEZ NOS PROBLEMAS DO COSTUME APENAS QUE HOJE EU NÃO SINTA NADA!
E agora?
Agora com as mãos na cabeça triste e a pensar no mais penoso dos fins
dói-me tudo.
E agora?
Agora resta-me recuperar para conseguir voltar outra vez aquela retribuição de felicidade espontânea.
Façamos a coisa que nem um gráfico,
de lado tiramos os apontamentos,
pensa-se no que nós queremos
anota-se o que de melhor se tira
e ficamos sempre por aí.

Foda-se, não há nada que me consigo conseguir estabelecer esta ligação absurda
as mãos não respondem, do lado esquerdo não respondem,
a perna não a sinto, o cerebro talvez esteja a parar.
Não, eu é que tenho que parar com isto,
esta, isto, não, aquilo...

A andar nota-se um passo de cada vez.

segunda-feira, outubro 29, 2007

Não me digas que já queres ir embora?

Querer é bem diferente de poder ou fazer,
querer é mais que dizer mas menos que o concretizar realmente.

Quero que me oiças agora,
ouves e vês o que tenho para dizer
ouves com toda a atenção que sempre me prestas e depois deixamos ficar tudo mal na mesma, porque nunca se entende nada do que falamos.
Somos assim todos com toda a gente,
não ouvimos, não escutamos
não percebemos os conceitos e a necessidade dos mesmos,
somos tudo tudo tudo mau.

Algo dramático talvez,
desligado do mundo hoje.
Se o homem é por natureza mau o mundo também é,
e tenho dito,
não vou sequer pensar mais nisso.
Mas o homem?
Qual deles?
Talvez aquele que me roubou o telemóvel uma vez
mas esse estava a ressacar, mais o amigo
e até me deu o cartão do telemóvel,
por isso esse não pode ser por natureza mau.

Bom, não interessa.
Quero fazer tudo do que digo
quero dizer tudo do que faço
mas há coisas que não posso dizer
e coisas que não posso fazer.

Merda.

segunda-feira, outubro 15, 2007

Rebuçados para a garganta.

É altura, é altura de estar com qualquer coisa no nariz.
Não respiro convenientemente,
não consigo dormir, não consigo deixar de pensar no que me preocupa
pois em breve vai tudo ficar mais irrespirável.

O telemóvel devia ser alguma coisa que não nos tornasse tão dependentes,
tal como tudo o resto.
As relações não nos deviam deixar tão dependentes de coisas que precisamos.
Não deviamos ser tao dependentes de drogas,
não deviamos ser tão dependentes de sorrisos,
não deviamos ser tão dependentes.

Ouço coisas estranhas a toda a hora, se calhar estou dependente da minha própria loucura.

Não sei quantas vezes já desejei a lógica do desejo fazer sentido,
de se concretizar porque o desejamos com muita força.
Doces são coisas que nos fazem depender de tudo,
outrora forte agora mais,
o que costruo diz-me para onde vais
o único problema é nunca saber do que falo.

domingo, outubro 14, 2007

Sombras de compaixão.

Pudesse eu entender o que me diz o mundo de cada vez que passo por ele,
gostava de ser mais intérprete,
não tanto o ente criador em algumas alturas.
No entanto intriga-me a função de cada membro no seu local exacto,
intriga-me o porquê desta ilusão constante de alvoroço permanente.

Não entendo mesmo o que quer nas vontades,
onde se vai com os sentimentos
e onde somos melhores quando temos consciência de vida.
Se calhar é uma falha só minha, só minha,
mas não deve estar uma só coisa reservada para mim.

Até numa mensagem normal podemos ver:
"Don't ever forget you're special, just like everybody else"
É uma coisa simples e abala a mensagem que se carrega enquanto produto.
Somos produtos de alguma coisa, queremos sempre vender uma qualquer ideia,

Não é assim tão importante estreitar o pensamento a coisas que não se fazem mais,
não é assim tão importante querer que espaços nos digam onde vamos mais.
Faz-me dois sorrisos,
só dois,
não adianta,

uma qualquer...
coisa que me faz querer ser só isto e não mais.

Agora tornou-se complicado,
se calhar foi a altura de parar.
Conhecer rejuvenesce-me o que eu não conheço.

Quero só ser e dar e sentir coisas que se sentem quando se devem.
Estou um caos, ou no caos.

sábado, outubro 13, 2007

Vieram cerca de cinco polícias.

Deixa-me estar, deixa-me estar que eu não chateio ninguém.
Deixas-me falar? Deixas-me falar e vais ver que ninguém se magoa.
Nã, não, ninguém vai falar desta vez,
falo só eu como sempre,
controlo eu tudo como sempre,
deixo que as pessoas não digam nada.
Vou ficar só a ver.
Mas disse que ia ser eu a fazer tudo...

Deslocam-se cinco pedras para que se possa fazer uma malha,
dizem-se cinco sentidos feitos crescidos de cinco coisas que só nós queremos.
Não quero coisa nenhuma.
Estou deprimido sabes?
É uma coisa fantástica, estar deprimido,
deixar que seja só uma depressão:
Ao menos é alguma coisa não dirias?

Faz-se outra coisa qualquer para conhecer mais dez pessoas,
só dez pessoas para nos fazerem felizes.
É tão dificil conhecer alguém interessante?
Mas eu já conheço gente interessante, quer dizer,
são meus amigos,
falo de pessoas que eu não conheça.

Deixa que toque,
deixa-o tocar até se calar,
deixa-me criar até me fartar,
deixa-me ir correr e saltar,
não desejo mais isto que tu.
Se calhar está aí o problema:
Onde estão os meus desejos?
As minhas vontades?
As minhas buscas?
As minhas quimeras incessantes que se querem outra vez?
Onde estão os sonhos?
Onde está tudo que eu sempre quis.
"Isto é o que eu sempre quis"
Dói-me, mas é o que eu sempre quis.

Qual é o sentido que faz a vida?
Nas dores de nós mesmos dentro da tela partida?

quinta-feira, outubro 11, 2007

Não enriquecerás.

Tenho a mania de escrever sem pensar.

Tens a mania de dizer e falar sem pensar.

Temos a mania de termos a mania porque somos a mania de alguém.

Nunca serás, nunca serei, nuna iremos.

Precisamos de qualquer substância que nos empurre para a frente.

Lógica.

O ser humano precisa de lógica.
Não precisa de dinheiro,
não precisa de amor,
precisa é de lógica.

Se a relação acaba acaba porque já não tem lógica,
não porque não tenha amor,
não por falta de compreensão
mas porque já não faz lógica na cabeça de alguém.

Se alguém morre e não era suposto,
não tem lógica,
e dói mais ainda
porque se sofria de doença prolongada
é justificável,
assim não.

É uma bestialidade tremenda,
viver chega a ser uma bestialidade tremenda,
trabalhar chega a sê-lo também,
fazer alguma coisa,
o simples acto de fazer alguma coisa...

Podemos embrulharmo-nos nas coisas que quisermos para perceber,
podemos pensar e tentar chegar ao mais profundo estamos de iluminação.
Como chegamos lá?
Como conseguir vislumbrar apenas um momento de profunda lucidez?
Aquele momento em que o universo está em equilibrio connosco?

Que lógica fará querer ter tudo mesmo quando sabemos que nunca o vamos ter?

Que sentido tem a eloquência de um beber um bourbon junto ao mar?

quarta-feira, outubro 10, 2007

Todos são unânimes.

Irrita-me profundmente ter que te agradar a qualquer hora.
Ninguém me agrada a mim a qualquer hora.
Quando são cinco da manhã e preciso de alguma coisa quem está lá sempre?
Ah foda-se. O hospital.
Mas não é no hospital que podemos ir buscar aquilo que precisamos sempre às cinco da manhã,
irrita-me que não seja.
Porque não há uma urgência para os compromissos afectivos tardios?
É mesmo irritante, fico possesso com a ideia de que não possa, às cinco da manhã
perceber o que está mal comigo.
Há muitos anos o homem inventou a prostituição, quer dizer,
inventou não, teve a brilhante ideia que talvez fosse uma coisa que funcionasse.
O homem, besta como é, não precisa de mais nada senão satisfazer uma necessidade.
Sinto que piso terreno muito volátil mas é necessário que se perceba:
NÃO SERVIU DE NADA!
Que se criasse agora uma prostituição que a troco de afectos se desse outros afectos
a sociedade vive carente disso.
Merda, ficamos presos nas contrariedades de nós mesmos e apenas queremos um afecto,
uma coisa qualquer que no sirva para não nos sentirmos dejectos inúteis, desprezados.

É irritante ser eu próprio durante a maior parte do tempo.

segunda-feira, outubro 08, 2007

Horas e horas.

Já não tenho muita noção se repito os títulos ou as palavras,
ou as situações ou as metáforas.
Se me repito instantaneamente ou de forma desgastada,
se me sou dado ou de alguma forma destrova a desenfreada
de mais coisas que se desmoronam na catástrofe do que sou.

Já não sei se sou o espelho de alguma coisa,
o parasita de algum retalho
se me faço mais em cada bodega
de não me querer em coisa nenhuma.

Não sei se desejo quanto foste do que tive
se me quero repetido e pobre
sem nada e de nada nobre
da vida que nunca disse.

Já sei que digo sempre a mesma coisa
que sou o gajo que parte metade da loiça
só por querer que o egoísmo vença.

Que a minha parte nunca é cumprida
que te dou mais valor que à vida
e que me fazer nunca te cabe só a ti.

Sou estranho e indeciso
remeto-me sempre ao improviso.

Detesto aquela lição chata
sou mendigo armado em magnata
e nunca serei melhor que tu.

quarta-feira, outubro 03, 2007

Outras são as mesmas.

É um pouco a mania do ciclo que se arredonda na minha cabeça,
das noites que se passam sem se querer dormir,
não por não se conseguir
mas por não se querer.

Não estamos bem em lado nenhum nem com ninguém,
conversamos e encolhemos às evidências das descrições mais rocambulescas.
Ter alguma coisa pode ser o mesmo que não ter nada,
ter uma relação pode ser o mesmo que ter muitas ou não ter nenhuma,
é uma simples obsessão, chata e aborrecida,
obsesão de estar constantemente a criar um problema inexistente.

E os que existem?
Os que existem são demais para serem tratados.

DIgo, é mais fácil achar que não tenho nada
pois não há pânico maior do que:
"e que mais haverá para fazer agora?"

Repare-se em quantas vezes vamos e vimos daquilo que queremos?
Quantas vezes no vamos e quantas vezes nos vimos?
Quantas relações? Quantas situações?
Vamos pensar que não aproveitamos nem metade,
que não queremos nem que se deseje à vontade.

Não interessa, nada disso interessa enquanto não me disseres que o amor não existe
e mesmo que digas eu não vou acreditar.
É daqui que vem o ciclo, do querer, da ignorância,
do despotismo. Não!
Vais dizer algum dia? Pelo menos outra vez?
Diz-lhe! Diz ao psiquiatra que foste tu que me deixaste doente,
diz-lhe que eu sempre fui assim,
diz-lhe que todos os dias te pergunto a mesma coisa.
Se não quiseres dizer ao meu diz então ao teu!
É trendy ir ao terapeuta,
todos queremos estar em Nova Iorque em alguma altura,
todos queremos ser outra coisa diferente em todas as alturas,
mas nós somos qualquer coisa que nem sequer percebemos,
de uma grandeza igualável ao mais supremo de tudo que se possa imaginar,
estamos como o Bill Gates está para a Microsoft.

À merda com isto sabes?
Foda-se, se te deixasses de coisas
para aqui a pairar.

Olha, olha, olha: não adianta, está tudo bem.

domingo, setembro 30, 2007

Pode-se falar de tudo a qualquer hora.

Não sei ao certo.
É demasiado cedo para poder saber o que me quer.

Não sei ao certo, ok, não sei mesmo,
é demasiado cedo, ainda nem amanheceu.

Não me deixas dormir.
Não quero outra vez, não, não me deixes dormir.

Sou demasiado ambicioso e supérfulo para continuar.
Não, deixa-me em paz, não quero mais ver o que escrevi.

Não gosto de nada, de ninguém e falo mal com toda a gente.

Não me faças querer outra vez,
não me faço ter medo de tudo a qualquer altura,
faço.

Não vou desenhar espaços, mais espaços não.

"Num cinema perto de si."

Uma só, uma só que me decifre e me leve a textura desta escrita que me confunde,
uma só.

"Para mais tarde recordar."

Duzentas doenças podem atingir-me e tirar tudo num ápice.
Não, não e não.
Hoje não vou sair, nem amanhã, nem depois, nem...
ok, vou agora a qualquer lado apanhar ar que isto não está nada bem.

sábado, setembro 29, 2007

Diz-me do que são feitas as coisas.

Eu posso escrever hoje,
perguntar-te quantos são os que vieram depois de mim,
quantos deles te fizeram sentir mais do que eu te fiz sentir,
tentar saber quais são as coisas que ainda hoje te fazem pensar,
quais os desejos que ainda te fazem querer voltar.
Mas de nada adianta, não adianta recortar as ilusões para a construção esquemática do futuro,
para a ilusão colectiva dos desejos que foram, não dos que são.
Se nos partirmos em 20 bocados e depois nos quisermos noutro sitio
deixamos que se torne mais dificil a nossa reafirmação de nós.
Pleonásticamente falando desejo-me mais do que te desejo a ti.
Objectivamente falando sou egoísta e queixo-me disso.
Não me canso de me rever no espelho trinta vezes sem acreditar que não sou o que queria, mas sim o que quero.
Não fará mais sentido desejar-te se não vieres, mas eu ainda hei-de esperar alguém.
Não estou a falar nem de ti nem de ti, nem de ninguém que me consiga ler,
porque se um dia me conseguires ler eu hei-de ser tudo menos isso.

terça-feira, setembro 25, 2007

Desloca-se o ar. Em que direcção?

Depois de se pensar que realmente estamos fartos de brincar a fazer com que se veja,
depois de não querer mais algo que realmente queria mas não quero nem que o seja,
desmembra-me a cabeça, raia-me os olhos, permite-me a lembrança
mas do espaço isto apenas que esmoreça.

Cansado de brincar e fazer, de querer e ser sou o revitalizado do outrora comer.
Não me dizem mais nada do que é, atormentam-me se o for realmente e desligam-se sempre de quase tudo.

As lembranças são arrastos cinemáticos de poder querer outra vez.
Não adianta iludires-te, são isso mesmo.
Não me vou calar mais uma vez porque não me calei vez nenhuma,
mas os meus olhos estão mais cansados.

Doze bonés que se levantam, trinta cantigas que se encantam,
tiramos o boné aos que se levantam e erguem vitoriosos.
Falar da contorção do meu coração era quase como torce-lo mais do que ele quer.

Hoje vi 13 filmes com 13 mulheres que me contaram 13 histórias.
Tudo isto por acreditar que o 13 dá sorte,
13 mentiras são como 13 vezes em que abrimos a boca para falar,
por essência somos 13 mentirosos, esquizofrénicos mentirosos.
Bom, as crenças desde sempre nos fizeram ser mais seguros de nós mesmos,
até quando nos irritamos profundamente e sabemos que a única opção é desatar aos gritos ou partir a boca a alguém, aí entra uma qualquer crença em acção, sempre regida pelo seu maior mandante, o medo.

Não importa quanto irei escrever hoje, hoje é só para isto, para o descarregar de tudo aquilo que não sei dizer nunca mesmo quando quero dizer alguma coisa.

Apetece que seja mais apetência do ser mais apetitosos e largo que se faz vontade de não mais querer o que mais eu hei-de querer a minha vida toda porque sem nunca me desejar desejo-te mais do que algum dia poderia pensar. A ti e a ti e a ti e a ti e a ti e a ti e a ti e a ti e a ti... Ok, é bastante simples, veja-se o anúncio, basta não jogar à roleta russa.

O homem caiu da cadeira, não houve nem um som sequer, só o dele a cair da cadeira, ninguém acudiu.

Falei toda a noite, discuti algumas vezes, faço-me pior todos os dias porque tou a crescer, brinco aos adultos e detesto as infantilidades e estou cansado de brincar aos adultos.

Re-deseje-se-o-que-se-desejou-alguma-vez.

terça-feira, setembro 11, 2007

No regresso temos mais tempo para pensar.

Hoje não estou cansado nem farto,
não estou desolado pelo facto de alguma coisa me correr mal ou bem,
de ser grande pequeno ou ninguém,
estou aqui, a escrever sem querer pisar demais.
Hoje fui e serei o que não sou e desejo-me ao que quero e não dou,
faço-me traços de memória sã, querente do amanhã e desligo.
Não leio livros nem faço poesia,
não me desejo de esquissos nem de qualquer pornografia,
mas em alturas distintas sou eu.

Duas coisas se distinguem.

Já me mostro ao que quero menos.

Hoje o amanhã parece uma brincadeira temporal,
a minha mente que se torce faz-se cinta de estupidez.

"Tu não me mintas foda-se"
Porque é que se fala tão mal?
Qual é a necessidade verbal de no pensamento se ter mais e mais do que se quer nunca?
Até a mais dura e mais persistente mudou,
a única coisa certa a mudança, bendito Queer Eye.

O mundo está definitivamente desligado do Sr. Humano,
ele não se deseja aos ideais, não se deseja aos jornais,
quer é sempre mais e mais e mais.
Não, a mim já me partiu o pescoço em sete sitios,
porque houve quem dissesse que confiar numa mulher é como partir o pescoço.






Hoje é mais um dia em que sou eu próprio,
Graças.

quarta-feira, agosto 15, 2007

Os gritos fazem-se mais fortes quando os damos.

Olhar duas vezes ao encontro das coisas que me fazem rir
quero só saber que tudo que deixei lá ficou.
Recalcar o passado é como tornar a pisar o meu dedo grande do pé de novo.
Quero a violência só de alguns momentos para que saiba o quanto custa
chegar até aqui,
dizer-te aquilo tudo que não vi só porque não quis ver.
É um pouco absurdo pensarmos que somos detentores de alguma certeza maior que nós próprios.
Querer vida de uma forma tão desmesurada que só magoamos tudo que nos faz pensar em bem.
Precisar do mal para no tornar mais fortes,
sermos ambiguos e apenas alcoólicos estúpidos.
Precisar de mais alguma coisa para além de nós
e saber que no fundo nós temos tudo.
Enrolar ocasiões, criar desilusões partidas,
propositadamente.
Não ir mais fazer o absurdo de não se ter
não deixar mais o que se faz para não crescer.

Estou cansado de brincar aos adultos.

sábado, agosto 11, 2007

A loiça caiu e partiu-se tudo.

Diz-se por aí que são muitas as armas usadas para partir tijolo.
Comprimidos, drogas, sintéticos estranhos que se colam entre alguma coisa,
não digo que seja parte da nobreza do requerente mas é algo que se desliga e se faz corpo e mente.

Vim de dizer duzentas coisas que não queria,
ser mais e menos de tudo que nunca fui e desejar-me aos brados do céu mais escuro.
Não gosto do que fui nem do que poderei ser,
estou aprender a gostar do que sou
e ser mais do que alguém é não existe nem por sermos nós próprios.

Ela foi-se embora
saiu do carro e foi-se embora.
Ainda não a voltei a ver.
Também ainda é cedo
não era suposto.

Desligue-se o mundo do mundo do mundo do mundo de nós
e vamos ser aqueles todos que vimos no outro lado.
Vamos ser perfeitos e fazer tudo como se vê na TV.
Não tem problema algum ser aluno de um ignorante,
não é mais que sermos aquilo que queremos ser,
aprendendo aquilo que queremos aprender.

Ir ao âmago da questão:
detesto esta merda!

segunda-feira, julho 30, 2007

Pela estrada abaixo descobri que afinal também me observavam.

Podias ter dito que nada era mais importante que seres aquilo que és em todas as alturas e podíamos ter discutido o tempo tempo acerca de coisas que só interessam quando queremos à força usar algo que nos puxe para cima porque só queremos ser puxados para cima, mas não. Comunicamos de quase todas as maneiras que poderíamos e eu disse para mim que queria tudo e afinal não queria nada mas que queria ser qualquer coisa que sei que a maior parte das vezes não sou.

Faz-te árvore e respira dentro da terra que te conhece
ou deixa que as asas sejam aquilo que te leva a sitios diferentes.

De qualquer das maneiras as lágrimas chegaram a cair
isso não pode ser menosprezado.

Tenho problemas em dormir, acho que não é insónia
mas adoptei uma nova doença porque lhe gostei do nome:
hipocondríase.
Talvez se lhe adicionasse mais alguma coisa parecesse mais grave,
hmmmm...
hipocondríase pleonástica... foda-se.
Não,
nunca me interessou coisa nenhuma
a não ser as coisas que me interessaram.
Queres outra?
"Outro pastel de nata para mim por favor"
Ele que se diga maior um bocado
maior que qualquer coisa que algum dia tenha visto
que olhe para as torres gémeas e pense:
"Sim, eu já fui um destroço maior que este"
Que venham eles todos tentar destroçar-me mais que eu nunca serei um destroço maior que este,
já fui em tempos, não agora.

Quantas coisas queres ter dentro da tua mão?
Quantos devaneios precisas para acreditares que é isso que vais fazer?
Crescer é em que sentido?
Mudar é para o quê?

Diz-te que te fazes e te vais querer ser amanhã
quando acordares
quando quiseres
quando disseres e falares
gritar é a opção do que se fizer outra vez para mim
eu prefiro não parar o berro contínuo até ficar sem voz
quando essa se gastar compro outro
o mundo é assim.

segunda-feira, julho 16, 2007

Ultras de sempre, vamos por agora.

Há coisas e mais coisas que se podem dizer.
Fazer rostos de paixão parecerem outras coisas mais para além de problemas.
Os beijos de ultraje multiplicam-se porque é do instinto que se alimenta orfãos.
Não digas que contrariar é mais que ter porque ficar vai-se com tudo que nunca quisemos.
As situações multiplicam-se, o ar rarefaz-se.
Não te mintas, por tudo, não te mintas.
Vou andar na estrada durante dois dias,
não quero sequer dormir,
vai ser até que o meu corpo me insulte de tudo quanto não me quer a fazer,
não te mintas
vou querer tudo o que quero outra vez porque o que quero sempre quis de novo.
É melhor assim, cruzado e confuso, se um dia percebo o que realmente é talvez caia abaixo do altar.

Sim.

Sim.

Tenho coisas dentro de mim que não deveria estar,
defeitos de fabricação estranha.

Ficar em casa, a fazer coisas. Nada.

Ver filmes outra vez por nada,
dizer que está tudo bem quando não está nada
estar tudo óptimo e protagonizar o maior drama que tiver na minha mente.
Quero tudo e não quero nada
drama da humanidade.

Se estamos bem na companhia de alguém podemos sempre acrescentar mais.
Mantê-lo simples é a solução da descomplicação
mas somos por norma um ser complicado
que usa uma percentagem infima do cérebro,
que sonha e processa as coisas realmente importantes pelo subconsciente,
isto não diz nada?

Tenho 8 anos, aprendi agora a escrever
gosto de rock n' roll e a minhar vida é esperar até morrer.

quinta-feira, julho 12, 2007

Durante meses fui aquilo que sou sempre.

Gosto da redundância de ser só um espaço entre buracos de querenças absurdas.
Palavras que se traçam em cima dos depósitos estranhos das lembranças que escusas
de dizer agora que sabes que me vais querer como queres todos os dias.
Não desejo ficar aqui nem nunca como quando te vi pela primeira vez.
Desdenho-me à lembrança, auguro pela esperança de ser só mais um feto.
As plantas dizem que sentem, os buracos que nunca mentem e de lá sair é ultraje.
Quero o espaço que me dê vida, não ficar mais sem saída e o resto é o que me cale.

Não me calo outra vez se a vida se fez dura.
Se dura é e me mata porque não deixar acta para que o próximo me desminta?
Quero filhos avós e netos, desgraças cheias de insectos e ritmo de canções de amigo.
Não me lembres espaços escuros, buracos de nove parafusos e línguas que não conheço.

Eu hei-de desbobinar as i wish and as i want
if you're pleased and toutched by it please SHUT THE FUCK UP.
CALA A PUTA DA TUA BOCA SE TE CABE MELHOR ASSIM,
mas foderem-me em qualquer língua é levar um bocado de mim.

Vem-se a discussão orgásmica de lembranças e distancias parvas:
"Tenho a melhor vida do mundo"
"Tenho o melhor que a vida me deu"
"Sou feliz, sou europeu"
"Assino o protocolo de kioto"
"Sou estranho, sou absorto"
"Sou um bandalho que não se aguenta"
Não não, não haja enganos é sério
it's a serious fuckin' thing,
it's like wanting just sight in my ring
the tree that holds life in my pleasure
Não quero outra que me feche a porta.

Fossa.

quarta-feira, maio 23, 2007

Fedor.

Estúpido!
Desliga a televisão estúpido, desliga o computador.
Se já nem lês não te instruas de mais maneira alguma.

Merda que se faz de calhamaços estranhos.

Falar bem do mal que se tem agora outrora na hora de agora.
Desfaz-se a lembrança do espaço carente, entra na mente uma conversa distante:

ONDE É QUE ELA ESTÁ?

Entra na luz de querença escondida, desfaz-se do espaço o querer desmedido:

E DE ONDE VEM AQUELA VONTADE DE FODER?

Não te quero ver mais aqui, desaparece porra!
Deixa que isto seja só mais uma coisa que quando nos cruzmos se faz de acontecimentos gigante.
Os seres humanos querem-se assim, frios e inaudiveis.
Quanta delicadeza.
Rebento-me todo a cada instante.

sexta-feira, maio 04, 2007

Relembra-me de quando tiver que tornar a lavar-te as maos.

É de intensidades desnecessárias que se redirecciona isto tudo.
Eu vejo cada vez mais fontes de incompreensões em cada esquina,
simples ultrajes podem ser gigantescas desgraças.
Não somos todos uns filhos da puta?
É outra coisa que me complica os pensamentos,
estreitar tudo a uma única coisa que se pensa sempre sem parar.
A nossa visão estreita-se de uma maneira inacreditável,
não quero nada nada nada porque quero tudo
e desligar da ficha outra vez aquilo tudo que me dão,
desta vez com drogas.

O fumo é um mal necessário,
quanto mais não seja no tubo de escape e posteriormente dentro de nós.
Politicas e leis da merda
de chatear coisas que não queremos.
A ironia de alguém ter deixado um comentário nesta merda deste blog
a dar os parabéns no único texto que não fui eu que escrevi.
Merda de ironia.
Nos tempos em que tocava em qualquer lado um amigo meu tinha uma banda
chamavam-lhe Cabrões irónicos e uma das músicas dizia:
"deus é um cabrão irónico".
Não quero blasfemar, sou temente a deus, pelo menos àquele que de vez em quando se passeia dentro de mim.
Mas um momento de pausa para reflectir.

Ok.

Adiante.

Pisca tudo, vou-me embora
dá-me lume, vou-me embora
cala tudo vou berrar, vou-me embora.

Não sei de que é feito isto
sinto-me desolado por causa de qualquer coisa.
Preciso de um comprimido qualquer,
uma substância qualquer
que me editem esta merda e eu possa ter dinheiro.
Que me façam tudo que eu quero.
Mas acho que nem nada disto faria sentido na enormidade do meu ser.
Não leio, não escrevo não canto não dou ao encanto do meu ser
não me faço, não me toco, não me desejo, não te quero no meu desejo
o que eu entrave sou.
Não escrevo porque não quero não toco porque não deixo a polémica do que há-de vir ao de mim fazer-se outro qualquer que não ambiciona desejar mais do que desejo no espaço do beijo puro que busco da morte de alguém que se foi e não se vem que não se quer mais do que se há-de querer que me há-de sempre acusar de não fazer que nunca ninguém me pára de deixar de fazer tudo aquilo que eu quero fazer porque na merda do meu ser existem coisas de se querer mais e não se ver como se vai e não se vem na puta da necessidade de querer tanto alguém Pedro Paixão que desististe de te lamentar e não és triste outros que se são como eu que se querem por tanto não me ter no céu.


Cada parte de mim podia ir e as outras ficarem.
O ser humano deseja-se ao desejo de amar
e algum amará realmente?
alguém mais que a si própio?

domingo, março 25, 2007

Dançar desmembra-me os pensamentos.

Detesto tudo.
Não gosto de nada,
nem sequer de redundâncias.
Não gosto de me fazer grande se sou pequeno e GRANDE.
Gosto de dizer coisas complicadas que são no fundo um pedaço excremental que para nada serve.
Escrevo como um labrego e desejo-me a correr todos os dias para me manter em forma
porque portas abrem-se e fecham-se sem me quererem dizer onde vou.

Atar-me a um poste e torturar-me com contas matemáticas que não consigo entender.

Lembra-me isto que a praxe existe.
Era giro contar a minha experiência de praxe
haverá coisa mais inútil?

Outros espaços são momentos que não queremos para nós
queremos toda a gente à nossa beira e quando o temos não sabemos o que fazer com isso.
Prometo que não vou levantar a cabeça,
prometo mesmo!
Quero lá saber das afirmações de estilo, não vou, eu não quero!

sábado, fevereiro 03, 2007

Dias e dias.

Há dias em que os pensamentos nos martelam,
martelam-me / nos a cabeça sem parar,
não fazem mais nada.
Estar, não estar, ir não ir não faz qualquer diferença.
Perdemo-nos nas explicações dos diálogos e na perdição de sermos qualquer coisa que não somos.
Criar é ir e respirar, cria-nos tudo e mais.
Posso sentir agora tudo sem sentir nada porque isso faz de mim um homem melhor.
Porquê ter medo de dizer amo-te quando o que se vai deixa-se no que se vem?
Há 500 factores que podia esmiuçar delicadamente
mas deixar-me à indeferença de mais um copo
produz em mim um efeito de sedução relutante.

Cala-me duas vezes e se não chegar não me cales mais.

As enormidades de um estranho.

Estar parado não é mais que isso mesmo
mas avançar é suspeito.
Não quero saber mais dos demais, só de mim.
Agora deixo que os outros pisem as entranhas de alguma coisa que respira
para mim,
respira para mim.

Não deixar que me venha outra vez algo que se foi
o que foi não deixará de ser, digas aquilo que disseres.
Áspero no sentido de cortar os retratos feitos outra vez
não me desligues a tomada porque eu vou estar sempre ligado à corrente
mesmo que o faças.
Não quero mais nada senão o que tenho de me alimentar.
Não quero que se cale mais nada.
Se sinto o que sinto é porque o sinto cá dentro.
Sinto des-sinto-o.
Não me deixes, não faças, não queiras
porque eu sou só eu.
Eu.

Sou a noite porque me chamas.

Não, admito, não faz sentido, não faz sentido ser aquilo que não se é noites e noites a fio.

Ok, é só mais um espaço e outro e outro à minha frente.

Amanhã começo a sério.

Porque não te desintegras de uma vez?

Um, dois, três, quatro, cinco,
nascem os números da vontade de horas que quero dormir.
Sou o explicador da inocência urbana
por isso não sou nada.
Não conheço a maldade, não conheço a felicidade,
não conheço a miséria e a desgraça,
não conheço alguém que me ultrapassa
e vou gritar sempre, com toda a força contra isso tudo,
porque eu não sei nada.

Vou beber até não me equilibrar e depois falar de filosofia barata com toda a gente
dizer que sou contra ao aborto porque tenho uma tendência natural para viver,
mas espera? eu afinal sou a favor.
Não interessa, bebo o suficiente para que tudo se me desculpe.
É preciso alguém que diga tudo aquilo que quer
porque ninguém fala mais de coração aberto
e o meu diz asneiras e barnaridades umas atrás das outras

Vou pesar quinze situações,
fazer dos números as minhas facções comerciais
fazer da simplicidade de conhecer alguém o medo de não ter conhecido
para não avançar mais
e para correr mais longe que alguma vez corri.
Vou-me desligar do mundo e ver televisão o dia inteiro
porque assim sei o que todos querem saber e sou o mais ligado de todos.
Detestar o que sou porque sou assim
e o mundo não é assim
e eu não sou assim
e tu não és assim, uma merda.

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Pelas noites das noites adentro.

Foda-se. À merda!
Retalhos de mantas partidas em dois,
recantos de espaços divididos a dois
e agora a mais, mais,
à merda!
Falar para dizer apenas aquilo que não falamos
mais importante do que o que dizemos,
actos inglórios de querer mostar o melhor que há
e "à merda",
virar as costas nas alturas mais importantes mas ficar lá,
ouvir e perceber.

Nuns poucos de retalhos de mensagens subsequentes
vemos o mais que nos une em traços eloquentes
as palavras muitas vezes travam o que vai sobressair
mas sabes? as palavras também trabalham o desejo de nos ver sorrir.

Nunca desanimes amigo pois a vida tem disto, faz-nos viver.

quarta-feira, janeiro 31, 2007

O guardanapo afinal nao disse nada.

O Sam the Kid irrita-me.

Sempre perguntei coisas a coisas. Desta vez fiz-me indecente do espaço e perguntei.
Não disse nada, porque a pergunta desdenhou o aceno da cabeça.
Fiz-me inteligente e ambicionei.
Já não consigo cantar como antes.
Agora, vejo e quero outra coisa, quando me esqueço da que tenho.
Não gosto de pensar que não sou ninguém,
mas penso que sou alguém para além de mim.
São coisas que se obturam.

Gostava de me instruir uma vez mais e outra atrás daquela mais
tal como quando não conseguimos largar a relação que tivemos
e continuamos a ter o mesmo acto durante horas a fio.
É subliminar a mensagem do que fazemos a nós próprios
mas fazemo-lo.
O frio fez-me pensar mais naquilo que não está a mais
mas também endurece as pedras do caminho com camadas de gelo fino.
Assim que parte vê-se o interior desfeito de uma pedra que rebolou do cimo da montanha para estar ao nosso nível subjugado.

No entanto o Sam the Kid até tem coisas boas. É pena.

quarta-feira, janeiro 24, 2007

Vejo tudo pelo meu binoculo.

Olha olha, outra vez a passar. Espetar coisas coisas coisas.
Olha olha, e agora andar.

Toca aquela que eu gosto.

Não! Não! Não!

Vejo tudo pelo meu binóculo, ou será monóculo?

Reclamas todos os dias pelo que tens e pelo que não tens
e eu vejo tudo pelo meu binóculo, ou será monóculo?

Não não não, não se faz isso.

Continuo acordado até de manhã.

Vou agora... procurar o cheiro de de manhã?
Retrata os simpósios de olhares abstractos. Escreves para soltar o que?
Para te prenderes mais.

Não fales mais para ti próprio na segunda pessoa, na segunda pessoa,
que nem alguém que tanto populariza a sua canção.

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Blocos de Cimento parte dois.

Passei as horas da utilidade sempre a fazer o que a inutilidade manda.
Não irei desdenhar o que quer que seja
passei as horas da utilidade a perder tempo com a inutilidade.
Foi assim e assim é, a utilidade mantém-se na minha própria inutilidade.

Eu tenho tudo tudo, tudo o que quero.

Foi assim e assim é, a utilidade mantém-se na sua própria inutilidade.
Eu quero a paz à qual me dei sempre e quero-a de volta,
quero-a de volta com toda a sua decência de ser indecente quando me apetecer.
Não quero que venha tudo ao de cima como se quisesse ficar sempre lá em baixo.
Quero que cada coisa esteja no seu lugar,
a loucura, a tristeza, a alegria, e os momentos,
cada um no seu lugar.

São só blocos de cimento que me acertam na cabeça, blocos de cimento que
se amuralham à minha volta.

sábado, janeiro 20, 2007

Se eu te vejo mais um dia rebento por não te querer ver em todos os dias que te quero ver.

Hoje é um dia,
um dia como os outros todos.
Disserto sobre a qualidade de isto ser um dia,
um dia que se desmancha como tantos outros.
Os meus dias reflectem-se,
Deito-me de manhã
acordo ao fim da tarde.
Canso-me de tanto descansar.
Dias e dias e dias e mais coisas para mim.
Deito-me outra vez.
Ora da insatisfação tenho toda a satisfação.
"Foste tratado por um psicólogo ou por um psiquiatra?"
"Por nenhum"
"É que ela é psicóloga..."
Basta que o calor se sinta
aquele que nós nunca falamos dele porque simplesmente sabemos que está lá,
é isto, é isto.
Não adianta convenceres-te, não adianta, simplesmente não adianta.
Não adianta sentires, somente sentires não adianta
porque não adianta pensares, somente pensares não adianta.
Não gosto, não gosto quando me olham de lado
e quando eu sorrio por me olharem de lado.
Não gosto. Não gosto de ter medo por ser simplesmente covarde.
Tantas coisas já fiz que não fiz coisa nenhuma.
Sim, eu vivo dentro do cliché,
dentro dele somente.
Não quero.
Qual é a exacerbância dele? "Sentir tudo de todas as maneiras?"
Para quê? De que adianta dizerem-nos os caminhos? De quê?
Falar de amigos, ai os amigos, os meus, são os melhores.
Não se veja luzes a piscar, não se pegue mais na relutância
vamos.
Eu não vou por ir vou só porque vou e porque quero o não querer ir.

sexta-feira, janeiro 19, 2007

Estúpido.

Sou algo que não se lembra daquilo que é quando faz e quando é.
Escrever é uma forma de despejar tudo que se quer despejar mesmo quando não se tem nada para despejar.
Sou rídiculo todos os dias quando me tranformo e recorro aquilo tudo que não sou.
Sinto-me fraco inútil e absurdo se não me iludo com traços daquilo que nunca dou.
Deixei as pessoas pensarem e fiz com que acreditassem em tudo e mais algum
mas a força que me move está escondida e não diz nada nem faz mal nenhum.

A PORRA DESTA MERDA QUE SE DESLIGA ENQUANTO SE ESCREVE.

Podia ser um computador a crashar quando temos que trabalhar.

A PORRA DESTA INUTILIDADE QUE SÓ NOS USA ENQUANTO NOS PASSAMOS.

Afinal somos mais, simples robots novos de tudo mas controlados à farta
mas ao mesmo tempo somos mais,
peças importantes dos jogos dos outros.
Somos mais, nem que seja por sermos nós.

quinta-feira, janeiro 18, 2007

Recriar.

Fazer de novo, querer outro, querer mais.
Destroçar espaço lembrança e os demais.
Elogio.
Descarna o elogio.
Lembra-te da tragédia e do desafio.
Recriar.
Os amigos são os nossos e estão cá.
Recriar.

Por entre a porta podes ver que não percebes,
não consegues entender que deslizas no sentido oposto à direcção do sentido.
Ela chama-se, tem nome, o oposto do oposto do sentido é o sentido a seguir.
Reconheça-se, estão todos bêbados, até eu.
Ok, agora não.
Reconheça-se, tenho medo.
Porque tenho, porque sim, porque me doem os braços de escrever nesta posição.

Orgulho-me de mim, orgulho-me de mim orgulho orgulho orgulho.
Sou a sombra do que é meu e vi aquilo que não irei ter nunca mais porque não estou a pensar nisso eu nunca penso nisso eu nunca quero isso e eu nunca me calo minto todos os dias nãoqueroquemevejasnãoqueroqueteapagues.

Eu sou isto, aquilo, o outro.
As pessoas são abraços, sorrisos, felizes.
Eu sou eu.
Eu conheci-te e tu sorris dentro de mim.
Eu não quero nada de nada para não ter nada.
Hoje sou só eu eu eu eu, e tu.

terça-feira, janeiro 09, 2007

Um tipo de depressao.

Estados, daqueles de espírito
renovações, mudanças
tal qual se faz nas casas
levar sacos sacolas e saquinhos,
tudo às costas.
Não ter dinheiro para a empresa das mudanças,
içar o sofá pela varanda com a carrinha do amigo,
arranjar esquemas e esquemas para fazer caber o armário na porta.

As mudanças de casa são tão parecidas com a vida que até assusta.

Mudança mental

que se foda

Mudança sentimental

já foi?

vou arranjar dinheiro e contratar alguém.