Não, admito, não faz sentido, não faz sentido ser aquilo que não se é noites e noites a fio.
Ok, é só mais um espaço e outro e outro à minha frente.
Amanhã começo a sério.
Porque não te desintegras de uma vez?
Um, dois, três, quatro, cinco,
nascem os números da vontade de horas que quero dormir.
Sou o explicador da inocência urbana
por isso não sou nada.
Não conheço a maldade, não conheço a felicidade,
não conheço a miséria e a desgraça,
não conheço alguém que me ultrapassa
e vou gritar sempre, com toda a força contra isso tudo,
porque eu não sei nada.
Vou beber até não me equilibrar e depois falar de filosofia barata com toda a gente
dizer que sou contra ao aborto porque tenho uma tendência natural para viver,
mas espera? eu afinal sou a favor.
Não interessa, bebo o suficiente para que tudo se me desculpe.
É preciso alguém que diga tudo aquilo que quer
porque ninguém fala mais de coração aberto
e o meu diz asneiras e barnaridades umas atrás das outras
Vou pesar quinze situações,
fazer dos números as minhas facções comerciais
fazer da simplicidade de conhecer alguém o medo de não ter conhecido
para não avançar mais
e para correr mais longe que alguma vez corri.
Vou-me desligar do mundo e ver televisão o dia inteiro
porque assim sei o que todos querem saber e sou o mais ligado de todos.
Detestar o que sou porque sou assim
e o mundo não é assim
e eu não sou assim
e tu não és assim, uma merda.
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