domingo, setembro 30, 2007

Pode-se falar de tudo a qualquer hora.

Não sei ao certo.
É demasiado cedo para poder saber o que me quer.

Não sei ao certo, ok, não sei mesmo,
é demasiado cedo, ainda nem amanheceu.

Não me deixas dormir.
Não quero outra vez, não, não me deixes dormir.

Sou demasiado ambicioso e supérfulo para continuar.
Não, deixa-me em paz, não quero mais ver o que escrevi.

Não gosto de nada, de ninguém e falo mal com toda a gente.

Não me faças querer outra vez,
não me faço ter medo de tudo a qualquer altura,
faço.

Não vou desenhar espaços, mais espaços não.

"Num cinema perto de si."

Uma só, uma só que me decifre e me leve a textura desta escrita que me confunde,
uma só.

"Para mais tarde recordar."

Duzentas doenças podem atingir-me e tirar tudo num ápice.
Não, não e não.
Hoje não vou sair, nem amanhã, nem depois, nem...
ok, vou agora a qualquer lado apanhar ar que isto não está nada bem.

sábado, setembro 29, 2007

Diz-me do que são feitas as coisas.

Eu posso escrever hoje,
perguntar-te quantos são os que vieram depois de mim,
quantos deles te fizeram sentir mais do que eu te fiz sentir,
tentar saber quais são as coisas que ainda hoje te fazem pensar,
quais os desejos que ainda te fazem querer voltar.
Mas de nada adianta, não adianta recortar as ilusões para a construção esquemática do futuro,
para a ilusão colectiva dos desejos que foram, não dos que são.
Se nos partirmos em 20 bocados e depois nos quisermos noutro sitio
deixamos que se torne mais dificil a nossa reafirmação de nós.
Pleonásticamente falando desejo-me mais do que te desejo a ti.
Objectivamente falando sou egoísta e queixo-me disso.
Não me canso de me rever no espelho trinta vezes sem acreditar que não sou o que queria, mas sim o que quero.
Não fará mais sentido desejar-te se não vieres, mas eu ainda hei-de esperar alguém.
Não estou a falar nem de ti nem de ti, nem de ninguém que me consiga ler,
porque se um dia me conseguires ler eu hei-de ser tudo menos isso.

terça-feira, setembro 25, 2007

Desloca-se o ar. Em que direcção?

Depois de se pensar que realmente estamos fartos de brincar a fazer com que se veja,
depois de não querer mais algo que realmente queria mas não quero nem que o seja,
desmembra-me a cabeça, raia-me os olhos, permite-me a lembrança
mas do espaço isto apenas que esmoreça.

Cansado de brincar e fazer, de querer e ser sou o revitalizado do outrora comer.
Não me dizem mais nada do que é, atormentam-me se o for realmente e desligam-se sempre de quase tudo.

As lembranças são arrastos cinemáticos de poder querer outra vez.
Não adianta iludires-te, são isso mesmo.
Não me vou calar mais uma vez porque não me calei vez nenhuma,
mas os meus olhos estão mais cansados.

Doze bonés que se levantam, trinta cantigas que se encantam,
tiramos o boné aos que se levantam e erguem vitoriosos.
Falar da contorção do meu coração era quase como torce-lo mais do que ele quer.

Hoje vi 13 filmes com 13 mulheres que me contaram 13 histórias.
Tudo isto por acreditar que o 13 dá sorte,
13 mentiras são como 13 vezes em que abrimos a boca para falar,
por essência somos 13 mentirosos, esquizofrénicos mentirosos.
Bom, as crenças desde sempre nos fizeram ser mais seguros de nós mesmos,
até quando nos irritamos profundamente e sabemos que a única opção é desatar aos gritos ou partir a boca a alguém, aí entra uma qualquer crença em acção, sempre regida pelo seu maior mandante, o medo.

Não importa quanto irei escrever hoje, hoje é só para isto, para o descarregar de tudo aquilo que não sei dizer nunca mesmo quando quero dizer alguma coisa.

Apetece que seja mais apetência do ser mais apetitosos e largo que se faz vontade de não mais querer o que mais eu hei-de querer a minha vida toda porque sem nunca me desejar desejo-te mais do que algum dia poderia pensar. A ti e a ti e a ti e a ti e a ti e a ti e a ti e a ti e a ti... Ok, é bastante simples, veja-se o anúncio, basta não jogar à roleta russa.

O homem caiu da cadeira, não houve nem um som sequer, só o dele a cair da cadeira, ninguém acudiu.

Falei toda a noite, discuti algumas vezes, faço-me pior todos os dias porque tou a crescer, brinco aos adultos e detesto as infantilidades e estou cansado de brincar aos adultos.

Re-deseje-se-o-que-se-desejou-alguma-vez.

terça-feira, setembro 11, 2007

No regresso temos mais tempo para pensar.

Hoje não estou cansado nem farto,
não estou desolado pelo facto de alguma coisa me correr mal ou bem,
de ser grande pequeno ou ninguém,
estou aqui, a escrever sem querer pisar demais.
Hoje fui e serei o que não sou e desejo-me ao que quero e não dou,
faço-me traços de memória sã, querente do amanhã e desligo.
Não leio livros nem faço poesia,
não me desejo de esquissos nem de qualquer pornografia,
mas em alturas distintas sou eu.

Duas coisas se distinguem.

Já me mostro ao que quero menos.

Hoje o amanhã parece uma brincadeira temporal,
a minha mente que se torce faz-se cinta de estupidez.

"Tu não me mintas foda-se"
Porque é que se fala tão mal?
Qual é a necessidade verbal de no pensamento se ter mais e mais do que se quer nunca?
Até a mais dura e mais persistente mudou,
a única coisa certa a mudança, bendito Queer Eye.

O mundo está definitivamente desligado do Sr. Humano,
ele não se deseja aos ideais, não se deseja aos jornais,
quer é sempre mais e mais e mais.
Não, a mim já me partiu o pescoço em sete sitios,
porque houve quem dissesse que confiar numa mulher é como partir o pescoço.






Hoje é mais um dia em que sou eu próprio,
Graças.