sexta-feira, agosto 28, 2009

Pretendes que seja eu.

Eu falo comigo muitas vezes
digo coisas que me fazem querer acreditar noutras coisas
e continuo a falar comigo
porque me mantém são.

Eles são aquilo que foram e o que são nunca mais me disseram se eram
amanhã hei-de dizer mais uma vez,
ele foram aquilo que são e dizer o que se repete é desgraçado e vão.

Não parei de me lembrar.
É tarde e eu não parei de me lembrar.
Escrever o que se vê porque não se lembra o que se diz
e estes jogos de palavras são só isso:
sol e praia.

Vais-te colocar à frente, vestir a tua melhor artimanha
e depois fazes de conta,
fazes de conta a noite toda.
Quando ela se aperceber já és outro
mais triste e enfadonho
e ficas sem ninguém
porque mesmo que a tenhas ela não te tem.

Partiram-me. Admito que sim.
Partiram-me insistentemente. Queriam tudo de mim
e levaram-no.

Não lhes digas que é verdade.
Mói-te, torce-te, destrói-te,
embarca nesse caminho de auto-destruição,
afinal, morrer de boa saúde?
O que é isso.

Ok, tens razão, o caminho que se traça é o caminho traçado,
porque se traça "está destinado", dizia ele, e estará?

O caminho que se traça é o caminho que está traçado.

Caramba.

sábado, agosto 08, 2009

Noutro dia, outra história.

Passaram os dias dos contos que embalam cada fotografia num plástico.
A película que desmonta cada peça do museu diz que esse prato sou eu,
fraco, repelente da vontade de ser o que é não o que foi na esperança de não ser o que irá dar mais partes de si ao reforço de não se querer montar a liberdade de partir duas coisas numa só e fazer com que se queira outra parte, só outra parte.

A tralha que se faz querer para se dizer o que se é,
a quantidade de coisas absurdas que nos pedem para sermos o que somos,
contar as coisas tal qual elas são,
sermos racionais e igauis ao que fomos no dia perfeito
e desejar a perfeição de não desejar coisa nenhuma.

Caramba que me partes em algum que me viu.

Caramba, não me partes se foi ele que fugiu.

As histórias estão bem mais partidas porque se contam de outra maneira.
Temos medo, sim temos medo, porque é novo diferente e desconhecido.
Não há pontuação na pontuanção de se querer.

Bom.