
Sou demasiado ilustrativo, fugitivo,
reconforto-me nas estranhas coisas que fazem toda a gente infeliz.
Ela não me tocou mais como se amasse,
deixou-me aos berros e insultos de longas horas de classe.
Nunca compreendi que ninguém fizesse algo por sentir,
há demasiadas dúvidas no meio próprio,
e fingi no ardor da dor do medo,
não quis que fosse só o ardor do medo.
Ninguém me leu, ninguém me quis,
só eu o soube,
porque o uso é destrutivo,
e não ao uso
e não à vida de se querer ser um abuso.
Não a consegui ver,
por entre o nevoeiro denso não a consegui ver.
Há destroços por todo o lado e até os aparelhos sofrem,
não há dor igual a esta,
à que não se sabe que se sente,
ao trabalho que se multiplica e ao corpo que fica doente,
não a dor como esta a descer a rua de alcatrão,
ela vem ela vem,
mas ter comigo não.
1 comentário:
Batia palmas se as ouvisses. Este texto parece um espelho. Parece que me cortaste o cérebro ao meio e o dissecaste. Revejo-me perfeitamente nele e encaixa-se tão bem em um ou outro acontecimento que se alojou no peito.
Gostei muito*
Enviar um comentário