sábado, outubro 13, 2007

Vieram cerca de cinco polícias.

Deixa-me estar, deixa-me estar que eu não chateio ninguém.
Deixas-me falar? Deixas-me falar e vais ver que ninguém se magoa.
Nã, não, ninguém vai falar desta vez,
falo só eu como sempre,
controlo eu tudo como sempre,
deixo que as pessoas não digam nada.
Vou ficar só a ver.
Mas disse que ia ser eu a fazer tudo...

Deslocam-se cinco pedras para que se possa fazer uma malha,
dizem-se cinco sentidos feitos crescidos de cinco coisas que só nós queremos.
Não quero coisa nenhuma.
Estou deprimido sabes?
É uma coisa fantástica, estar deprimido,
deixar que seja só uma depressão:
Ao menos é alguma coisa não dirias?

Faz-se outra coisa qualquer para conhecer mais dez pessoas,
só dez pessoas para nos fazerem felizes.
É tão dificil conhecer alguém interessante?
Mas eu já conheço gente interessante, quer dizer,
são meus amigos,
falo de pessoas que eu não conheça.

Deixa que toque,
deixa-o tocar até se calar,
deixa-me criar até me fartar,
deixa-me ir correr e saltar,
não desejo mais isto que tu.
Se calhar está aí o problema:
Onde estão os meus desejos?
As minhas vontades?
As minhas buscas?
As minhas quimeras incessantes que se querem outra vez?
Onde estão os sonhos?
Onde está tudo que eu sempre quis.
"Isto é o que eu sempre quis"
Dói-me, mas é o que eu sempre quis.

Qual é o sentido que faz a vida?
Nas dores de nós mesmos dentro da tela partida?

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