sábado, dezembro 30, 2006

Guturais de lembranças doentes.

A minha voz já não é o que era
os ouvidos não ouvem como outrora
talvez seja fruto deste desgaste momentâneo de passagens que programamos.
A vida tem um travo amargo de quando em vez
faz-se fácil depois difícil depois corta-nos tudo que uma vez julgamos ter,
logo de seguida dá-nos tudo de novo.
Espaços e mais espaços, relembramos a toda a hora para nos mexermos
para falarmos, para entendermos essas lembranças.
Sem a memória não conseguiamos fazer nada não é verdade?

Espaço espaço espaço, tenho qualquer coisa no estômago
entra-me forte passa fraco e quero tudo como quem não quer nada
quero ver só mais outro sorriso de me lembrar duas vezes.
Não me quero lembrar.
Olha a obtusidade, não?
Nunca gostei de matemática, talvez só de informática
em questões práticas de telemática.
Cinética, movimento, deu-me para as ciências hoje, não são mais que poesia, doentia, poesia.

Sou, agora vou.

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