segunda-feira, janeiro 28, 2008

Sombras de encanto.

Recatado deslumbre da aurora que conheço,
o espaço é cada vez maior e mais escasso
nesta penumbra querida pelo vaivém.
Não sou o herói de outrora
sapo maltrapilho do que se fez num encanto desconhecido
sou simples e mau
estou estragado.
Falar de mim, a única coisa que interessa que nunca interessou coisa nenhuma.
Recatado de despojos baratos em casa de fatos pratos.
Não quero comer hoje amanhã não vou dormir
porque a minha vida é de mentir
e não a ti, nunca a ti nem a ti nem a ti,
a mim próprio,
que maravilha estranha a de mentir a mim próprio
manipulado de escassos rostos de contra senso,
não me aguento neste espaço
este espaço é meu
e lá vou querer mais uma qualquer coisa nova.
Afogue-me naquele pranto que se deixa de querer quando conforta
e parte-se direitinho à porta do mal a saber
um dois três quatro cinco seis sete dores aqui e ali
oito e nove comprimidos aqui e ali
não às drogas só às permitidas para bem da minha sanidade mental
não porque não as queiras, sempre as quis e fiz
mas agora tenho medo delas

o que me tornei neste buraco?
onde fui sem saber sequer o que sou?

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