sábado, junho 11, 2011

Para pára.

E o tempo que levamos a pensar no que vai dar
e depois no que nos perdemos para dar tudo
tão devagar
e gerir e parar e começar a pensar
quando se vai andar
e depois no ar a verdade de tudo a perder
e somos o querer
não no que queremos ser
e dar e perder e correr e depois logo morrer
e renascer e recomeçar e andar e parar
tudo para pensar mais depressa ou mais devagar
no recanto do que se diz teu
e depois que afinal é meu
dares-te todas as horas
e acabar logo depois, sem demora.
Tudo acaba.
Mas recomeça e retrata de novo
o que não é mau e bom, na verdade
novo fôlego na saudade
nova distracção de qualquer coisa que arde
mas não dói nada e só dói tudo
no quer que não quer a vontade de ser.

Há doenças piores, não há?

Para pára para pára que é para parar.
Já disse o que era e dizer não é nada
já fiz o que era e fazer não é nada
a merda do que mói, dentro do corpo
e o calor que se sente, por dentro do corpo
e já disse o que queria e não quero falar
não digo mais nada e não me vou alongar.

O corpo é um espaço, o corpo é um espaço
o corpo é um espaço, o corpo é só espaço.

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