quinta-feira, julho 27, 2006

Mais do mesmo.

Mentiria se dissesse que já nunca me lembro de ti
mentiria se me fechasse em dois e partisse as recordações de ti
mas o que escrevo vem daqui
deste lado que me dói, mesmo fisicamente
se calhar estou doente.

Eu quero ir agora, deixar que isto páre
mas não quero desistir de nada
mas de alguma coisa tenho que desistir.
É escuro como o breu
este espaço que é só meu
e ninguém mais entrou
e o que fiz foi o que se fechou.

Quero parar agora
um fumo atrás do outro
um esboço atrás de outro
e não ser capaz de parar.

Vou entrar por lá sem hesitar
sem pensar neste buraco que me deixa a cair
sem pensar no retalho que sou e teima em surgir
não sou capaz porque sou capaz
e isto é alguma coisa?

Quantas vezes mais te vou tocar?
Quantas vezes mais lhe vou tocar?

Mentiria se dissesse que não penso mais em ti.

Mentiria se dissesse que não penso mais em ti.

E em ti, e em ti, e em ti e em ti.

Sem comentários: