Apetecia-me escrever sobre qualquer coisa que me pudesse dizer o que quero dizer
deixar-me a tudo aquilo que me faz sentir mal, bem e apenas só
queria saber porque há coisa tão pequenas que nos podem fazer subir
coisas tão grandes que não nos movem nem por nada
fazer de conta que tudo é bom e tudo é mau
que não há passividade
que não há agressividade inerente a este espaço que não entendo.
Queria saber porque é que se vê tanto e tão diferente
porque é que o mundo está tão torcido
e toda a gente insiste em não o ver.
Queria saber porque é que ninguém percebe
o quão partidos estamos
em quantos estilhaços nos montamos
o quão desesperados parecemos a maior parte das vezes.
Somos todos tão fortes não somos?
É tudo tão bom não é?
Viver fechado numa redoma de vidro e contactar o mundo
dentro de uma bolha que só diz que temos que sair
para que nos cortem tudo
ou então fazemos isso a nós próprios.
Queria saber do mundo e dos seus problemas
e mandar quinze toneladas de alguma coisa que me fizesse sentir bem para sempre.
Mas o que é isto?
Quantas vezes me vou ter de calar para me ouvir a mim falar?
Quantas vezes te vais curvar para te ouvires falar?
Sou és somos nós
Quantas frases me deixam para trás?
Quantas superfícies terei que experimentar?
Quantas vezes mais serei capaz de amar?
Onde é que ele está que eu vou-me a ele
digam-me só
que é para me acovardar outra vez
e ficar a olhar e a ver
mesmo quando só me quero meter lá.
Vou fechar este espaço porque fiquei confuso
eu quero o que não uso.
Será?
Mal é o bem do bem e bem é o mal que vem.
Não há agora uma distinção porque o mundo fundiu tudo
fechou o supermercado do estudo e deixou-nos perdidos.
É tão simples, tão dado
como seremos capaz de o ver?
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