sábado, julho 29, 2006

Sempre

Às vezes bate-nos tudo com tanta força
com a violência de um camião tir
atropelados perante estranhas fricções eróticas.
Não me sinto capaz mas já me sinto capaz
Fico zangado, mas extremamente zangado
vou bater em toda a gente que me disser o que devo fazer
vou bater em mim por ter uma teoria absurda para tudo aquilo que acontece.
Quero calar alguém para que não tenha que me calar a mim
quero que se cale alguém para que eu nunca tenha que me calar a mim.
Vou sair dez vezes sem me olhar ao espelho
vou recitar duzentos poemas mesmo antes de te apetecer
porque eu vou-me foder
em alguma altura tenho que me foder
da forma mais violenta e estranh
querendo tudo de todas as maneiras por mim a dentro
e tendo o medo de ter cá coisa alguma.

As pessoas batem-me, batem-me todos os dias
espancam-me sem parar
quer gostem quer não gostem
e isto é auto mutilação
vá, anda, pergunta ao teu coração.

Não quero mais isto e sabes porquê?
Porque quero tudo
e realmente é verdade, às vezes temos mesmo tudo
mas cansamo-nos porque queremos mais
ou uma outra coisa.
Não é uma questão de coerência, respeito, liberdade
é uma questão de sanidade
mas o que é a sanidade?
O que é esta liberdade?
Eu vou para lá de além
porque é isso viver
sempre viver.

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